4. Miolos: embora ricos em fósforo, não
compensam o mal que fazem em colesterol e têm poucas proteínas.
5. E porque não dar maior lugar ao peixe?
Mesmo os peixes mais gordos (se lhes for retirada a gordura visível a olho nu), são-no menos do que a carne com o mesmo teor de lípidos e a sua gordura é mais benéfica para a saúde.
Mesmo o peixe em conserva é de boa qualidade hígio-sanitária, embora tenha
sal a mais e gordura média. Por isso já começa a haver conservas sem sal e óleo.
O único problema é que são poucas e é difícil encontrá-las. O molho das
conservas pode ser aproveitado, pois é rico em nutrientes, e em vez de utilizar
azeite para temperar, porque não utilizar o molho para esse fim? Também as
espinhas dos peixes de conserva são digeríveis e uma boa fonte de cálcio.
7. O problema da feijoada está na excessiva gordura do caldo das carnes. Estas
(magras) devem cozer-se de véspera, guardar o tacho no frigorífico e no dia
seguinte retirar toda a gordura coagulada à superfície. Nessa água cozem-se
depois os outros ingredientes.
8. Quanto aos ovos, o único inconveniente está na gema, na sua riqueza em colesterol. Mas, se forem seguidas as seguintes condições, eles não alteram o nível de colesterol existente no organismo:
a) não consumir mais do que 1 ovo por dia;
b) ingerir também a quantidade necessária (elevada) de complantix;
c) defecar todos os dias e ter a vesícula biliar a descarregar bem.
Os ovos castanhos não são melhores do que os brancos. Os de capoeira por um lado devem ser preferidos aos de aviário, pois as galinhas de aviário são criadas através de hormonas, mas por outro lado, os da capoeira podem conter bactérias e estarem impróprios para consumo.9. O modo de cozinhar também influencia muito a quantidade de gordura existente:
. assar na sertã ou na brasa é melhor do que assar no forno ou no tacho, pois nestes últimos não escorre nenhuma gordura, que fica a ensopar o alimento, mas assar na pedra é a maneira mais saudável de cozinhar; em segundo lugar na frigideira, depois no grelhador eléctrico e só a seguir a estes é que vem assar directamente sobre as brasas, porque o ”queimado” é potencialmente cancerígeno.
. quando se faz um refogado ou se frita, deve juntar-se pouca gordura, pois o valor lipídico aumenta ainda mais com a adição de outras gorduras, mas o melhor mesmo é cozer ou grelhar;
. na cozedura de carnes, para quem aproveita a água resultante, deve retirar-se a camada que solidifica por cima (depois de metida no frigorífico) - a capa de gelatina.10. Quanto aos enchidos fumados, devemos tirar as capas externas impregnadas pelo fumo e as suas peles e, na cozedura, é melhor cozer os enchidos à parte. Também se pode aferventá-los e limpá-los bem com um pano turco e só depois os meter na panela para cozer. Mas, atenção, que ao contrário das outras cozeduras, a água desta não deve ser aproveitada; a fumagem deposita moléculas cancerígenas e irritantes para o aparelho digestivo até uns milímetros de profundidade.
11. Os lípidos também têm influência na velocidade da digestão de
alimentos: os alimentos onde abunda este nutriente são de mais difícil digestão
do que os alimentos magros. Os fritos e assados são mais indigestos, e se o
alimento cozinhado já for por si próprio gordo, mais indigesto é. Picar a
carne é uma maneira de aumentar a sua capacidade de ser digerida.