1º- ABUSO DE GORDURAS

 

   Desde o início do século, o consumo de carne tem vindo a aumentar drasticamente, especialmente nos países mais ricos, onde se consomem em média 250 gramas diários, o que nutricionalmente é «uma manifestação envenenada de riqueza».

    Este consumo exagerado de carne é apreciado pelos economistas, que afirmam que é um grande indicador de desenvolvimento e de poder de compra de um país (mas que péssimo indicador tinham eles de escolher!), tal como os telemóveis e televisões...

    Mas além da carne, o grande salto de consumo de gorduras deu-se nas décadas de 50 a 70. Parecia com tendência a abrandar, mas de 1990 a 1997, voltou a aumentar, com a publicidade a óleos e margarinas e cozinhados que levam a maiores gastos. Fritos, assados e refogados são as sugestões mais repetidas em anúncios e livros de receitas oferecidos ou influenciados pelos produtores. Esses cozinhados não só induzem maiores consumos de gorduras, como levam a degradá-las pela acção do calor: margarinas, óleos e carne em grande quantidade.

    Actualmente, o consumo de gorduras contribui com mais de 40% de valor calórico total, quando devia ser apenas de 20 a 25%  (nas pessoas que praticam bastante exercício no máximo 32%).

    Ainda pior é que quase todos fazem o que está mais errado: alimentam-se sobretudo de gorduras saturadas, existentes na carne gorda de mamíferos (os campeões mais “gordurentos” são as costeletas de porco e carneiro, e logo abaixo as de cabrito) e nas natas do leite (manteiga, queijo, chantili, cacau...), quando estas deviam ser consumidas em muito menor quantidade, devido à sua potencialidade de provocar arteriosclerose.

    O grande erro vem de não se alternar o consumo de carne com o de peixe, vegetais e lacticínios, pois devemos usar 50% de proteínas animais e outro tanto de vegetais.

    Mas também não vamos cair no extremo oposto, o de não ingerir lípidos, pois eles são necessários, e como já foi dito, devem comparticipar com 25% das calorias diárias.

 

    Conselhos

   1. A carne não deve ser ingerida em grandes quantidades (não mais de 100 grs. diários), por causa da qualidade das gorduras fornecidas pelos mamíferos terrestres, nem se deve abusar das gorduras saturadas, hidrogenadas e frigidas. Dentro das gorduras saturadas, as do leite ainda são preferíveis, pois são ricas em vitamina A. Mesmo assim deve-se preferir os leites meio-gordo e magro ao gordo, quando se come queijo ou manteiga (em pequenas porções) diariamente.

    2. Aparar as peles e retirar as gorduras visíveis a olho nu na carne e no peixe é  um processo de diminuir as gorduras.

    3. Também se devem evitar os processados cárneos: salsicharia (sobretudo salames), presuntos e pastas de carne ou fígado,  pois são  muito fracos nutricionalmente - têm excesso de gordura, sal e temperos. Só mesmo alguém que pese pouco e esteja muito bem de saúde é que os pode comer, e muito de vez em quando, sem consequências de maior; mesmo assim tem de os acompanhar com muitos vegetais, para contrabalançar a acção cancerígena das nitrosaminas que se encontram nessas carnes, originárias de nitritos (nitratos que se transformam ao dar uma cor rósea à carne), utilizados na sua preparação. A salsicharia das aves, apesar de tudo, é menos má do ponto de vista nutricional e não contém tanto sal como a de mamíferos. O fumeiro caseiro é melhor na qualidade das matérias-primas, no sabor e na falta de sal e aditivos, embora continue potencialmente cancerígeno.

 

 

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