4º- EXCESSO DE DOCE

 

    Os portugueses, ao desenvolverem as plantações de cana-de-açúcar, primeiro na Madeira e depois no Brasil, difundiram e embarateceram o açúcar, que até aí era produto farmacêutico ou só usado por ricos. Mesmo assim, apenas no final do século passado ele se generalizou como bem alimentar e a partir de 1930 se vulgarizou. Bolos, bolinhos e pudins multiplicaram-se e atingiram o seu auge na década de 70.

    Em Portugal, as regiões de consumo mais elevado são Lisboa, Porto, Santarém e Aveiro, onde se gastam 50Kg por ano/habitante; as de menor consumo são Bragança, Vila Real, Guarda, Castelo Branco e Portalegre, com 15Kg por ano/habitante. A média nacional é de 25 a 30Kg por ano/habitante, o que, mesmo assim, corresponde a metade do gasto dos países grandes consumidores: Alemanha, Hungria, etc. Comido nestas quantidades, o açúcar assume a categoria de um tóxico, emparceirando com o álcool, as gorduras degradadas e o sal.

    O açúcar, branco ou amarelo, de cana ou de beterraba, é exclusivamente constituído por sacarose, hidrato de carbono que se absorve em poucos minutos após chegar sozinho ao intestino. Esta entrada rápida para o meio interno perturba o funcionamento do fígado armazenador e do pâncreas produtor de insulina: eles trabalham como se se tratasse de uma enorme quantidade de amido (de absorção lenta), o que exige a produção muito prolongada e excessiva de insulina.

    Além disso, o açúcar só fornece sacarose, só calorias. E, como geralmente o consumo de bebidas doces e de doçarias e guloseimas se faz no final de refeições já de si caloricamente suficientes, o organismo sofre por excesso calórico.

    Mas há ainda outro inconveniente: a doçura, na boca, estimula a multiplicação de germes que provocam fermentações e aumentam a acidez do meio, o que favorece o aparecimento de cáries dentárias.

    Conselhos

    1.  O consumo diário médio de açúcar não deve ultrapassar 18g. Isto significa comer uma sobremesa doce de vez em quando (se se come saudavelmente), mas não todos os dias.

    2.   Após comer ou beber doçuras é imprescindível escovar de imediato os dentes e lavar bem a boca.

    3.  É melhor tentar tomar  o chá, o café e todas as bebidas sem açúcar, mas se não se conseguir, ao menos não se deve ingeri-las sem ter comido. O estômago cheio alonga o tempo de absorção do açúcar.

    4. Quando se come um docito de vez em quando, deve ser sempre no final da refeição, pois com o estômago vazio o açúcar só desnutre.

 

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