5º- ABUSO DE BEBIDAS ALCOÓLICAS

 

    Portugal é um dos países com maior consumo de álcool por habitante, o que é compreensível devido a ter um clima propício à cultura da vinha, mas este mau hábito provoca consequências desastrosas.

    A maioria do alcoólicos é constituída pelos produtores de vinho rurais que começaram a beber quase no berço, e por pessoas que lidam com vinho. Mas actualmente os bebedores excessivos já se encontram em todos os meios sociais. A grande bebedeira tem-se tornado mais rara, mas o número dos que bebem demais à refeição ou fora dela tem aumentado. E, na cidade, por causa da divulgação da cerveja, das bebidas fortes e dos aperitivos, começa cada vez mais cedo a ingerir-se quantidades de álcool que ultrapassam a normal capacidade metabolizadora do organismo.

    Em cada refeição principal, um homem com 65 kg com actividade moderada, que come a quantidade adequada, pode beber, no máximo as quantidades apresentadas no quadro em baixo e uma mulher com a mesma actividade física apenas 70% a 80% desses valores. Ou seja, cada um pode beber até:

Tipos de álcool

Vinho verde Cerveja Vinho maduro Porto       Aguardente          (uísque, vodka ou licor)

Sexo

Homem

2,5 dl 6 dl 2,2 dl 1,5 dl 70 ml

Mulher

2 dl 4,8 dl 1,76 dl 1,2 dl 56 ml

    Acima destas quantidades, ou quando se bebe sem comer, o álcool atinge concentrações muito elevadas no organismo que podem durar horas, prejudicando as funções vitais e lesando os tecidos. Quando os indivíduos  estão habituados a beber podem não sentir quaisquer efeitos durante muito tempo, mas nem por isso deixam de sofrer mais cedo ou mais tarde as consequências.

    O consumo excessivo do álcool afecta sempre a vida das células, especialmente as dos órgãos em que é metabolizado (fígado e rins), as do sistema nervoso (o encéfalo envelhece precocemente) e as dos órgãos mais activos (pâncreas, ovários, testículos, etc.).

    Este ataque às células é particularmente grave durante a gravidez (para o feto), a infância e a adolescência, fases de desenvolvimento, porque nessas idades os mecanismos desintoxicantes ainda não estão maduros e são por isso menos eficazes.  A estruturação e a actividade do sistema nervoso sofrem sempre, e daí as limitações na aprendizagem escolar e profissional. O desenvolvimento  de órgãos e a edificação de defesas imunitárias também são afectados.

    As catástrofes mais significativas que podem advir do consumo excessivo de álcool são: cirrose hepática, carcinomas da faringe, laringe, esófago e outros ( o álcool não só promove cancros como potencia o efeito de outros carcinogéneos, nomeadamente o tabaco), elevação dos triglicéridos no sangue, perda da eficácia das defesas imunitárias, sinistralidade laboral e rodoviária elevadas, etc.

 

   Conselhos

    1. Não se deve consumir bebidas alcoólicas acima dos valores indicados, e ainda assim, nunca fora das refeições.

    2. Quando se trata de grávidas, crianças e adolescentes qualquer quantidade é abuso, portanto o álcool é de eliminar totalmente.

    3.Porque não substituir o vinho por bebidas alternativas – sumos de frutos não açucarados e sem aditivos artificiais, chá, água?

 

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